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(Vista aérea Porto-Gaia, Maio de 2017)
(25 de Dezembro 2019)
*
Agora,
se dão
licença,
repouso.
Enfio
as penas
no casco
oco
do lenho
de carvalho,
feito
desenho animado.
Grata
a quem –
paciente
e generoso –,
lê,
confesso
as mãos
vazias,
e vou
recapitular.
Criar mais
e melhor
(rogo aos céus!)
para dar.
Com a chave
pendurada
no arabesco
do postigo,
e a casa
por vossa
conta,
escondo
a asa
atrás
do letreiro
volto já,
e espreito.
*
Foram treze
luas cheias
no regresso,
e de novo
renuncio.
Sábia ordem
ditaria
mais dez
ou doze anos
de ausência.
Mas,
qual quê!
Em cada
retorno
tudo igual.
Onde viperinos
apontam escória,
encontro gente boa.
Onde as modas
não chegam,
encontro tesouros.
O costume,
em cada medida
todos pensam,
e trabalham,
riem,
desesperam,
lêem,
amam
e morrem.
De coração
mais sossegado
há quem
com afinco
e bom senso
vá lendo
a vida
que é,
e quem,
mais sôfrego,
vá engolindo
palavras
para encaixar
o amigo
Zé.
(Fevereiro de 2017)
...recíproco.
... nas vésperas do Natal.
*
Farta
de scripts,
mais-valias,
dinâmicas
e paradigmas.
Zonas
de conforto
desterradas
por algoritmo.
De pêlo
eriçado
e corpo
estafado,
de tanto
conceito,
curvo
a telha
se oiço:
_ Desculpe,
eu não dei fé.
Música, gente!
É música.
O dito
refaz
o mundo.
Comovida,
dou fé:
fora da vista
pulsa
Portugal.
Dominga, de Agustina Bessa-Luís.
O Judeu, Camilo Castelo Branco.
As Rotas da Seda, Peter Frankopan.
Sonho de Uma Noite de Verão, de William Shakespeare.
Brevíssima História de Portugal, de A. H. de Oliveira Marques.
A minha mulher, de Anton Tchéchov.
.
Os Despojos do Dia, Kazuo Ishiguro.
Piadas Secas, Infrassecas e Ultrassecas sobre Ciências, de João Barbosa.
O Hóspede de Job. de José Cardoso Pires.
O Universo num Grão de Areia, de Mia Couto.
A História da Europa para Pessoas com Pressa, de Jacob F. Field.
Todas as Palavras - poesia reunida, de Manuel António Pina.
(actualizado a 23/12/19.)
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