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Europe

por Isabel Paulos, em 31.01.21

South China Sea

por Isabel Paulos, em 31.01.21

Sombras

por Isabel Paulos, em 31.01.21

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*

Nunca confies em quem contigo fala encoberto ou do degrau de cima. Não te considera ou é desleal. 

 

Mais automóveis

por Isabel Paulos, em 30.01.21

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*

Voltando aos pequenos e risonhos episódios da vida, recordo um almoço há mais de 30 anos. A mesa não estava completa; naquele dia estaríamos talvez dez. Avó à cabeceira. Já não me lembro bem se ainda vivíamos em Valinhas ou se lá estávamos de férias, como usual nos anos seguintes. Apelando à memória creio que terá sido no meu último ano, sendo que os meus irmãos mais velhos já viviam há dois anos em Gaia e nós mais novos permanecíamos; aliás, o T. ainda quis ficar mais tempo para terminar o liceu perto dos amigos.

O tio F. comentou: ontem de madrugada ao vir para casa apanhei uma fogueira no meio da estrada, um perigo. Diz o meu irmão F. num repente distraído: pois estava, ali em São Miguel. O silêncio impôs-se por uns segundos. Vi o olhar fulminante do N. da direcção do F. e entre os quatro naquele instante morreu o segredo, com a eterna desconfiança ou cumplicidade (nunca cheguei a perceber) do tio F. e a distracção dos restantes adultos entretidos nas suas conversas. Pensei na injustiça: pronto, mais uma vez os manos pegaram num dos carros e andaram a dar umas voltas. Eu tinha 12 anos. Eles entre os 15 e os 18. A injustiça traduzia-se no facto de a mim só estar autorizada entre irmãos a condução dentro da quinta. Depois de anos de corridas de bicicleta e andanças das motorizadas, guiava a VW Brasília da minha mãe e o Carocha da comunidade; para dizer a verdade não sabia bem quem era o proprietário do Carocha, talvez o tio G. que vivia na Austrália.

Quando me mudei para Gaia, o F. continuava nas suas aventuras. Chegando ao cúmulo de ser proprietário – ainda menor –, de um velho chaço comprado em sistema de vaquinha entre colegas do liceu, no Porto. Passei a achar mal que pegasse nos carros dos meus pais e ameaçava-o que ia contar. Ele chamava-me chantagista. Um belo dia, vinha eu a sair do liceu, em Gaia, e vejo-o na citroën GS da nossa mãe à minha espera em frente ao portão. Entrei, ralhei, ri. E demos uma grande volta por Gaia inteira. Finda a volta ele deixou-me no liceu e à minha saída do carro diz: acabaram as queixinhas, agora é cúmplice. Fui tramada.

Foi com igual espírito que me explicou coisas importantes para a vida, como noções financeiras. Em criança tínhamos um cofre mealheiro de madeira com quatro compartimentos, quatro ranhuras e chave comum, pelo que fomos habituados a saber o que os outros tinham e a isso respeitar. Já adolescente passei a usar um cofre amarelo com segredo. Um dia abro o cofre com o código e lá dentro tinha um post it a dizer ‘Vale 5.000 mil escudos’. Foi o meu primeiro título de crédito – devidamente quitado -, e talvez explique a minha maior propensão e facilidade para matérias financeiras e fiscais do que para o Direito puro e duro.

 

Uma vez

por Isabel Paulos, em 30.01.21

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... não são vezes.

A Geopolitical Tour of the World

por Isabel Paulos, em 30.01.21

Ainda em fase de recolha, em vez de voltar a pegar no espanador, deixo um vídeo.

Protecção de dados

por Isabel Paulos, em 30.01.21

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*

Como aqui comentei no passado, há momentos em que parece ser conveniente limpar os cookies do cérebro. Se é dado adquirido que a pegada digital é controlada e usada para além da nossa vontade, imagine-se o que seria se o palmilhar cerebral estivesse sujeito a manipulação de terceiros. A ideia dava enredo tenebroso para anime. Coisa com um quê de demência.

Seria aterrador. O que vale é que é só imaginação e prevalece o coração.

Destiny

por Isabel Paulos, em 30.01.21

Onde estão os indignados?

por Isabel Paulos, em 30.01.21

Maioria dos internados no hospital de campanha de Portimão são idosos. Alguns, já curados, não têm para onde ir; outros são recusados pelas famílias. Médicos já tiveram de avisar: "Abandono é crime", no Observador.

*

Fico à espera da abertura de jornais televisivos com esta notícia, de postais inflamados, de imagens de dedo em riste e de chusmas de indignados à porta deste e doutros hospitais dispostos a acolher em sua casa os nossos mais velhos.

Mas sentada, porque esta não é uma causa da moda. Não é fashion.

Perdido por um, perdido por mil

por Isabel Paulos, em 29.01.21

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*

Em democracia todos temos direito a opinião, mas é preciso ter consciência que a opinião é manipulável e que os instintos humanos passam pela sobrevivência e também pela dominação. A ambição desmedida mina a sobrevivência da convivência sã em comunidade.

Não tenho escrito muito sobre a tragédia que assolou o mundo e, especialmente, Portugal, por dois motivos: tendo mais intuições do que razões, não sei exactamente o que dizer e não quero concorrer para ser mais uma que vê a calamidade como se fosse adepta de facção.

Por agora tenho duas coisas como certas: podemos pouco contra as leis da natureza - que não são justas ou injustas -, por se sobreporem às humanas, mas devemos continuar a defender a democracia, que é apesar de tudo a forma mais razoável de organização da comunidade. Devemos estar atentos e não permitir arbitrariedades que visem não a protecção ou a defesa dos interesses da sociedade, mas tão somente a auto-legitimação dos poderes públicos.

Apesar de, noutras matérias, sentir os males do País enraizados nos comportamentos e traços de personalidade da população, a dispersão da culpa pela turba serve sobretudo para desresponsabilizar quem tem obrigação de nos proteger. A história recente tem mostrado claramente que a permissividade com os poderes públicos e os governos tem dado cabo do País. Numa altura em que o maior inimigo é o descontrolo da acção humana e que temos a sensação de estar na mão das leis da natureza, é muito tentador ser solidário com um presidente congregador e cansado e uma ministra convencida de estar a fazer o melhor. Quase dá vontade de fechar os olhos às artimanhas do habilidoso primeiro-ministro  e, com fé na imunidade futura e na bazuca, desabafar: depois logo se vê. 

Mas isso seria aviar o provérbio perdido por um, perdido por mil. E como são vidas que estão em causa, é evidente que não podemos alinhar nesta desresponsabilização. Mais ainda quando não sabemos o que por aí vem.

Bom fim-de-semana.

 

Diário de Bordo

por Isabel Paulos, em 28.01.21

Dia muito produtivo. Parece que não foi hoje que arranjei tempo para um escrito sobre opiniões, mas virá mais tarde ou amanhã. Aproveitei os intervalos do trabalho para o mais importante: tomar o pulso a familiares, amigos e colegas através de telefone, email e whatsapp. Na maioria dos casos não os auscultava desde o Natal. O mundo gira.

Se não estiver de molenga, talvez aproveite ter três dias livres para dar sequência e uso ao espanador.

Na semana passada sempre levei avante a ideia de retomar as conversas fora das fronteiras. Já escolhi o barco virtual para o périplo e por enquanto ainda só aportei na ásia meridional, onde há, como é sabido, gente com curiosidade pela Europa, quando não vontade de para cá vir viver. Há 20 anos não conseguia estabelecer conversas de mais de dois minutos com esta zona do mundo, atenta a voracidade dos interlocutores e a incapacidade de manter uma conversa normal. Ou as coisas melhoraram do lado de lá, ou aprendi a chutar para canto com mais facilidade.  Mas a ideia é seguir para o extremo oriente.

 

Véspera de féria

por Isabel Paulos, em 28.01.21

Hoje está difícil. A ver se arranjo tempo para um postal sobre o papel de cada criatura, o direito a dizer o que pensa, os equívocos sobre o que é ou não válido, desejável e tolerável entre o que debita cada cabeça.

Tomara seja capaz de escrever um todo inteligível e razoável. Até lá, terei de trabalhar. Mais bem-disposta por amanhã ter ‘uma féria’. Um dos três dias ainda por gozar do ano passado.

Boa quinta-feira. 

Sting - I Can't Stop Thinking About You

por Isabel Paulos, em 28.01.21

Recapitulando

por Isabel Paulos, em 27.01.21

Nena - Portas do Sol

por Isabel Paulos, em 27.01.21

É ou não é

por Isabel Paulos, em 26.01.21

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*

Os tiques de pensamento único e o ardil da retórica estão tão impregnados em Ana Catarina Mendes, à semelhança do primeiro-ministro e do Governo, que a líder parlamentar do PS conseguiu queixar-se de ser calada por Ana Lourenço, a mais razoável das jornalistas em televisão e das poucas dignas de ser levada a sério.

São mais úteis estas discussões sobre o que de bom ou mau está a ser feito no combate à pandemia e às consequências económicas e sociais, e escrutinar verdadeiramente o que o Governo e os serviços públicos estão a fazer, do que alinhar nos discursos aparentemente cordatos e apaziguadores, mas que nas entrelinhas são bicadas recreativas de intriga política feita para tentar criar crise política na oposição, com a estratégia de a queimar por dentro e alçar de novo à ribalta a direita da surdina e dos corredores opacos.

Para uns realidade é intriga política, para outros o próprio País.

Ella Fitzgerald - Just one of those things

por Isabel Paulos, em 26.01.21

E nada como o jazz para animar. 

Frivolidades

por Isabel Paulos, em 26.01.21

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*

E aí vem ele: mais um postal umbilical. Adivinho a reacção, mas longe vão os tempos de preciosa e explicativa ter necessidade de responder a todas as objecções. Dezenas delas todos os dias e resposta para quase todas. Melhor ou pior, mas pensada. Deixei-me disso ao menos em parte. É um exercício inglório e sem fim à vista. Pode não parecer, mas hoje oiço e leio sem abrir a boca frases e frases inteiras com a substância do que antes presumi e as decorrências que conheço de antemão. É melhor assim, para todos. Além de mais, apesar da aparência e ao que parece, finalmente e até ver, aprendi o que importa: manter a cabeça fora da água.

Vamos às frivolidades.

Depois de ter cortado duas vezes o cabelo ao pianista cá da casa, creio que vou ter que usar a tesoura no meu próprio cabelo. Imagino que vá ficar um mimo. Nada que faça muita diferença neste conjunto assustador em que me transformei, que me repele de olhar ao espelho mais do que 5 segundos, não vá deprimir de horror para todo o sempre.

A vida é como é. Depois das manias e traumas de adolescente ou jovem tonta, por que a maioria das mulheres passa ao achar-se horrível, nos últimos 14 anos pensei ter deixado a parvoeira de lado. Apesar de ter engordado muito, tinha aceitado a vida como ela é e aprendido a estar bem na minha pele. Bastante bem, diga-se. Mas como o destino não gosta de nos deixar saborear por muito tempo o lado luminoso dos dias e parece ter especial gozo em nos pôr à prova demonstrando que tudo pode sempre piorar, eis que nos últimos 5 anos me presenteou com mais um quarteirão. A ideia deve ser ver se ainda me consigo encontrar neste corpo estranho que transporto. É a versão neurótica do onde está o Wally.

Acresce que no meio de tanto mimo e doçura da vida, pessoas como eu ainda têm que levar com os doutos e céleres comentários e conselhos dos expertos em vida e alimentação saudável e sobretudo recriminações por falta de disciplina. Quando me vêm com a conversa da culpabilização, apetece-me enfiar-lhes goela abaixo as pressões, o metabolismo e a camada de químicos a que fui sujeita para ver se continuam a gostar de dar palpites fáceis. Desconfio que a maioria ficaria na choraminguice para o resto da vida e rapidamente arranjaria explicações muito científicas em sites lifesytle para se consolar.

Sei. É evidente que se engordei é porque como demais. Não tenho dúvida nenhuma disso. Não sou parva. Não gosto é que das lengas-lengas culpabilizadoras, que não tomam em consideração as diferenças de cada um, produzindo um discurso infantil muito em voga entre celebridades e parte da classe médica. Gente supostamente possuidora de conhecimento técnico e científico, que é capaz de aderir às vagas das ‘maleitas da moda’, sujeitando os pacientes à prescrição em força da vitamina D seja ou não precisa ou à recomendação também em massa de excisões da tiróide. Quem não andar a dormir, sabe que tem de estar atenta e ter reservas quanto às modas da medicina.  

Quanto ao resto, é evidente que tudo tem solução e é preciso força de vontade e disciplina. Não me venham é foder o juízo mais do que ele já foi.

 

As outras máscaras

por Isabel Paulos, em 26.01.21

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*

Não fosse ter olhos e ouvidos e não conhecesse a desfaçatez, dissimulação e prosápia dos doutos do pequeno terreiro onde vivemos e ficaria condoída com tanta comoção pela tragédia portuguesa e atirar-me-ia para o chão em vénia radical de tanto espanto e admiração perante a lucidez e sensatez dos ilustres da nossa praça. Não fosse saber que nada mais os move do que a retórica, a mesquinhez e a vontade de vergar os outros às suas fúteis razões e cederia a argumentos inquinados e viciados, e não me divertiria tanto ao vê-los acusar os outros dos próprios vícios, como se nada fosse. Não fosse saber que usam as mortes para impressionar o seu nicho de público, cultivar a vaidade e dar imagem de pessoa decente e moralmente superior, e ficaria impressionada.

Felizmente, há muito me deixaram de impressionar os dotes de oratória e a retórica dessa gente que continua a cavar a tumba do País, muito convencida de estar a dar lições de inteligência e cidadania. Muito cheia de si e pronta a educar os outros.

Longe dessa áurea de brilhantismo do pedestal dos doutos do mercado da opinião, sou uma pindérica sem coração nem razão, preocupada com o pé desmanchado da Luísa Carneiro. Como se verá no postal seguinte.

 

Provérbios e expressões idiomáticas

por Isabel Paulos, em 26.01.21

 

De boas intenções está o inferno cheio.

 

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