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Banha da cobra

por Isabel Paulos, em 17.02.20

banha da cobra

Não confundas quem vive e sente a arte e quem colecciona pareceres calculados. À medida que os anos passam vais notar que as correntes de pensamento (e sejamos francos, chamar pensamento é optimismo) vão aderindo a este ou aquele escritor ou pintor, não por sensibilidade, não por experimentar vínculo íntimo com a criação, mas por aparente irmandade com outros fregueses. É uma espécie de comércio de alimento gourmet que os faz enaltecer este ou aquele. Começarás por os ver como expertos neste ou aquele autor e, à medida que as décadas passam, vais vê-los a discorrer evidências sobre alguns trechos ou apontamentos, em seguida verás como se içam ao patamar de ilustre divulgador da obra e como daí extraem lucro próprio. Por fim, a fechar o ciclo da intrujice, verás como desdenham de quem aprecia esse mesmo escritor ou pintor, por tarde ter chegado ao entendimento da obra, que os ilustres há tanto tempo conheciam, estando agora inclinados para o trabalho de outro vulto, com que renovarão o ciclo do embusteiro, a quem tudo quanto interessa é vender a imagem de primus inter pares.






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