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Espaço e tempo para dizer o menos possível. Ou talvez não. Sempre haverá o que dizer.
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Há dias em que é difícil escolher o que pensar: entre o que é e o que cada um de nós constrói acerca do que é vai uma eternidade. Resta pano para as mangas da imaginação e para equívocos e mal-entendidos. Uns dão mau resultado outros bom, a maioria fica naquela enorme sombra entre o nada e coisa nenhuma. Não é razoável a cada instante bater no ombro do outro e perguntar: desculpe, mas quando disse aquilo estava a pensar exactamente em quê? Quando usou aquela palavra era neste sentido ou noutro? Nem nos podemos corrigir a todo o momento: não não, não foi isso que quis dizer, mas aquilo. A maturidade e a inteligência educam-nos nos subentendidos. Os ingleses são exímios. Suponho que os portugueses se saiam melhor nos trocadilhos, o que não é exactamente a mesma coisa.
Se a realidade se mantivesse quieta por instantes e os sinais dos demais não se esfumassem em inícios de madrugada de neblina baixa. Pudesse eu saber o que pensar. Reparo que é quase voluntária esta inquietude (será hábito ou vício?), caso contrário teria insónias. Mas não, nos últimos anos ao deitar-me durmo quase logo. E acordo na manhã seguinte pronta a tentar decifrar mais brumas. Pronta a agigantar a imaginação e as ambiguidades.
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