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Recorrências. Há quem diga que te adiantas - vives à frente do tempo. Dizem-te que deves ter paciência e esperar pelo resultado do teu alerta e despertar. Há quem diga que não consegues parar o comboio em andamento – deves esperar e dar tempo a que comecem a cair em si percebendo o que se passa, convém esperar que a locomotiva abrande. No passado disseram que vivias num mundo perdido lá atrás no tempo como se isso fosse um encanto exótico e desusado comum a algumas almas perdidas no mundo. Seja o que digam, não tens dúvida que vives fora do tempo. Não necessariamente adiantada ou atrasada. Fora. Ao criares um mundo próprio, deslocado do normal e recomendável foste-te afastando do prevalecente. O prémio, qual faca de dois gumes, permite que o teu cérebro e coração possam viver parte substancial dos dias num universo independente, à medida que rompem os elos com o mundo dos outros.
Em qualquer caso, aqueles avisos soam-te ao mesmo conselho: não lutes com moinhos de vento. Não sejas insensata e ridícula aos olhos da inteligência presente e dominante.
De facto, a vozearia e os hábitos dominantes, por mais absurdos sejam, ganham peso real pela disseminação generalizada imposta pela panfletária global, transformando-se em substâncias sólidas que ocupam lugar. Ora, levar com um comboio destes em cima não é um fim desejável nem elegante. Há-que saber viver.
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