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Lidos

por Isabel Paulos, em 28.03.23

Instituto Ricardo Jorge identifica mudança de padrão da mortalidade desde a pandemia - Atualidade - SAPO Lifestyle.

*

O Relatório de Monitorização da Mortalidadede 2022 está disponível para leitura integral através de pdf na página do Instituto Ricardo Jorge.

resumo está disponível aqui:

A monitorização da mortalidade por todas as causas é uma ferramenta útil na identificação de fenómenos de saúde, ou desastres de elevada gravidade ou de elevada incidência na população e impacto na mortalidade. Em Portugal, a monitorização da mortalidade é realizada, desde 2007, pelo Departamento de Epidemiologia do Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge, permitindo estimar impactos associados a diversos eventos tais como: epidemias de gripe, COVID-19, períodos de temperaturas extremas e acidentes. Este relatório tem como objetivos, descrever a evolução da mortalidade por todas as causas durante o ano de 2022 [semana 01/2022 à semana 52/2022 (03 janeiro de 2022 a 01 janeiro de 2023)], bem como identificar e analisar os períodos de excesso de mortalidade identificados. No período em estudo, foram registados 124.602 óbitos em Portugal, tendo sido identificados quatro períodos de excesso de mortalidade a nível nacional [6.135 óbitos em excesso (IC 95%: 5.214-7.056)]: 1. 17 janeiro a 06 de fevereiro: 891 óbitos em excesso (IC 95%: 479-1.303; 12 % de excesso em relação ao esperado); temporalmente coincidente com uma onda de COVID-19 e um período de temperaturas baixas, identificado pelo sistema de vigilância FRIESA como um período de frio extremo com efeito provável na mortalidade; 2. 23 de maio a 19 de junho: 1.744 óbitos em excesso (IC 95%: 1.268-2.220; 21 % de excesso em relação ao esperado); temporalmente coincidente com uma vaga de COVID-19 e um período de temperaturas anormalmente elevadas para a época do ano de acordo com o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA); 3. 04 de julho a 07 de agosto: 2.401 óbitos em excesso (IC 95%: 1.869-2.933; 25 % de excesso em relação ao esperado); temporalmente coincidente com períodos de calor extremo, identificados pelo sistema de vigilância ÍCARO; 4. 28 de novembro a 18 de dezembro: 1.099 óbitos em excesso (IC 95%: 687-1.511; 15 % de excesso em relação ao esperado); coincidentes com o período epidémico da gripe. Foram observados períodos de excesso de mortalidade em todas as regiões, embora com diferente duração e magnitude. A região Norte foi a região em que se identificou um maior número de semanas de excesso de mortalidade (18) distribuídas por quatro períodos. Observaram-se excessos de mortalidade no grupo etário 15 aos 24 anos de idade e nos grupos etários acima dos 65 anos. existindo um gradiente crescente com a idade em relação ao número de semanas em excesso de mortalidade (65-74 anos: 6 semanas; 75-84 anos: 9 semanas; e 85 mais: 22 semanas). Dada a coincidência temporal, podemos concluir que a maioria dos períodos de excessos de mortalidade identificados quer a nível nacional, quer a nível regional, terão estado potencialmente associados a fenómenos amplamente conhecidos por poderem ter impactos na mortalidade, particularmente, as epidemias de gripe e COVID-19 e os períodos de calor e frio extremos. Salientando-se que, os impactos devido à gripe e COVID-19 terão sido inferiores do que o observado noutros invernos, embora os impactos observados no verão tenham sido superiores aos observados em anos anteriores (ainda que dentro do esperado para a magnitude e duração dos períodos de calor registados). Refira-se que o aumento da taxa de mortalidade em vários grupos etários indica um aumento do risco de morrer, em relação a anos pré-pandemia, que não parece totalmente explicado pelo envelhecimento populacional, uma vez que ao contrário do que se observava antes da pandemia a taxa de mortalidade padronizada aumentou a partir de 2020 e ainda não regressou aos valores pré-pandemia.

 


18 comentários

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De O apartidário a 28.03.2023 às 17:49

Efeitos colaterais da covid (ou da própria vacinação) no sistema imunológico? Ou outra (ou outras) explicação. Certamente vão dizer que precisam de mais dados, talvez no fim deste ano para se confirmar ou não a continuação da mudança do dito padrão. 
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De Isabel Paulos a 28.03.2023 às 18:25

Do que percebi as causas estão nos anormais picos de calor e frio e gripe. Também gostava de entender se houve enfraquecimento do sistema imunológico e correlação com a Covid/vacinação. E se os picos de frio e calor são prova das propaladas alterações climáticas.

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De João-Afonso Machado a 28.03.2023 às 18:28

Há muita gente a dizer que o civid lhe deixou sequelas.
Foi um tempo péssimo, curiosamente pouco falado agora talvez pela exaustão causada pel Com. Social.
Esperemos agora um pouco de tranquilidade mais (e que o SNS o seja realmente, e cumpra o seu trabalho)
Um beijo Isabel.
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De Isabel Paulos a 28.03.2023 às 18:45

Sim, entre as pessoas chegadas (e menos chegadas) notei em várias, durante as banais constipações ou viroses, fragilidades nas vias respiratórias que não manifestavam antes. 
Não é de estranhar por isso que se tenha registado aumento significativo do número de idas dos portugueses aos hospitais - o que tem o efeito conhecido.
Sim, com calminha, vamos percebendo aos poucos. 
Um beijio, João Afonso.
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De cheia a 28.03.2023 às 21:02

Muitas pessoas estiveram muito mal com a covid, principalmente os que não estavam vacinados, e como se sabe, muitos não resistiram, outros terão ficado frazigilados, contribuindo para o aumento da mortalidade.


Boa noite, Isabel!
Beijinhos  
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De Isabel Paulos a 29.03.2023 às 00:33

Não só os não vacinados. Os casos que conheço de gente fragilizada em termos respiratórios são de gente que cumpriu o plano de vacinação e nem sequer havia passado especialmente mal quando teve covid.
Boa noite, José. Beijinho.
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De O apartidário a 29.03.2023 às 07:49

Eu,falando por mim claro está,tive o covid omicrom fez agora um ano (mais de uma semana mal da goela e etc) e não levei nenhuma dose da dita cuja até hoje, e já não vou para novo(já cá andava no tempo do outro Marcelo) e até ver não sinto sequelas evidentes. Julgo que haverá (tendo em conta a estatistica anunciada sobre a vacinação) uns muitos milhares em situação similar. 
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De O apartidário a 29.03.2023 às 08:18

Por falar em Marcelo (e há dois dias foi dia do teatro) não sei se viu este https://oplanetadosmacacospoliticos.blogs.sapo.pt/o-teatro-da-politica-ou-a-politica-37553
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De Isabel Paulos a 29.03.2023 às 08:30

Embirrei com uma das frases de Mark Twain que escolheu no fim-de-semana. Por isso amuei e nem cartão passei às outras.
Se um dia escrever um ensaio, vou dar-lhe o título Elogio da Ignorância.
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De O apartidário a 29.03.2023 às 08:39

Outra citação (espero que não embirre também com Orwell)  :  Guerra é paz. Liberdade é escravidão. Ignorância é força!
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De Isabel Paulos a 29.03.2023 às 09:07

Vou ser presumida e parva: conheço-as a todas. Devemos aprender com eles, mas não tão presos à lucidez que demonstram face à realidade do seu tempo. A história repete-se mas com nuances. Extrapolar o sentido das citações sem ter a sensibilidade de perceber as diferenças dos dias presentes é perigoso. Podemos estar a cair na tentação de contrapor à estupidez reinante um antídoto ineficaz. Bom dia. :) 
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De O apartidário a 29.03.2023 às 09:33

Em parte concordo (mesmo tendo em conta que o autor em questão escrevia com base naquilo que via no seu tempo mas a "olhar" para o futuro). Quanto a  antídotos longe de mim (como lhe disse há pouco nem sequer uma dose da dita cuja apanhei ). Pronto fico agora por aqui (hoje estou um bocado hiperactivo) até porque deve ter mais que fazer. Bom dia para si. 
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De O apartidário a 29.03.2023 às 16:22

Boa tarde (desculpe mas cá estou de novo,às vezes sou também um bocado chatinho) sei que esteve já hoje no meu Imagens mas fico na dúvida se viu este https://imagenssem.blogs.sapo.pt/a-realidade-actual-que-orwell-nao-e-21524  --- a propósito dos dias presentes e da Estupidez reinante. 
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De Isabel Paulos a 29.03.2023 às 23:03

Vi sim, Jorge. Mas agora vou deixar em pousio as bloguices por um tempinho. :) Fique bem.
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De O apartidário a 30.03.2023 às 07:20

Okay, faz muito bem, tirar umas "férias" destas "macacadas" é muito necessário, por vezes também desligo para manter alguma saúde mental. Tudo de bom para si. 
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De Isabel Paulos a 29.03.2023 às 08:20

Com que então, negacionista? Cuidado não vá levar uma repreensão do almirante.
Eu fiz as vacinas todas, que sou muito bem comportada. Também tive covid apenas na Primavera do ano passado, com goela tapada e dificuldade em respirar. Sequelas, além de ficar com menos olfacto, acho que só a nível do juízo, mas a mim qualquer coisa o prejudica.
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De O apartidário a 29.03.2023 às 08:32

O Almirante,ex-vice,está agora ocupado com outros "trezentos"(ou serão 13?). Além disso já foram para o lixo as vacinas que estavam em stand by (milhões de euros né?)
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De /i. a 31.03.2023 às 19:49

Eu continuo com as minhas sequelas: olfacto e paladar não está a 100%.
Beijinhos. 

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