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Deixas a escrita doce e bela para as circunstâncias em que faz sentido. Não serias capaz de dizer o que não sentes para embelezar sentimentos inexistentes ou encobrir amarguras e sofrimentos. Mil vezes passar por insensível à falsidade.
Esperas que o tempo te ajude a desembaraçar cada sarilho da vida, como ajudou há pouco a trazer luz e razão às trevas que te penalizaram injustamente durante tanto tempo. Ah, há matérias em que a razão não é chamada. Não crês: a razão é sempre chamada.
Não fazes a mais pequena ideia do que vai ser o futuro, como nunca soubeste, apesar de muito devanear. Conheces mal até os teus desejos, muito menos foste fadada com engenho para programar. Não tens talento para transformar sonhos e desejos em alvos. A tua escrita tesa e decidida é enganadora. A tua preocupação é a de manter tudo o mais desenleado possível e fiel ao que sentes. Não enganar. Tentar agir pelo certo. Tentar e às vezes escorregar. Procurar viver de cabeça erguida, acreditando na boa-fé dos outros, por não fazer sentido ser de outra forma apesar dos pesares. Estiveste demasiado tempo em reclusão e amadurecimento defendida dos outros e de ti para te veres regressada à vida em vão.
Se a vida fosse como querias – nunca é, sabes bem -, cada um saberia o que sentes, ainda que não soubesses dizer exactamente o que sentes, muito menos o que queres. Da mesma maneira que gostarias que assim agissem contigo. Sem sarilhos nem enredos.
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