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1. E.U.A. (China, Reino Unido e Portugal)
Enquanto a comunicação social se entretém com mais uma novela de Trump que dramatiza, como gosta, a possibilidade de impugnar os resultados nas próximas eleições, caso Joe Biden (ou Kamala Harris?) ganhe, e com a reacção da China à acusação de responsabilidade pela ocultação de informação do foro científico relativo à pandemia, várias questões importantes da política externa se colocam, entre elas a do comércio digital.
Entre os governos britânico e norte-americano tem-se discutido o poder regulador (e sancionatório) sobre os conteúdos online. Se para os britânicos as plataformas devem ser responsáveis perante os usuários, protegendo-os de conteúdo prejudicial, os norte-americanos tentam evitar as medidas restritivas dos governos estrangeiros sobre as suas gigantes tecnológicas. Em matéria de partilha de informação joga-se entre o fluxo livre de dados e a protecção de localização e de dados.
O tema mais sensível é, por motivos de segurança nacional, o da Huawey. Dado que o Reino Unido conta com a empresa no desenvolvimento da tecnologia 5G equaciona-se o perigo de ser criada uma infra-estrutura que permita a vigilância pelo governo da China. E, logo, fica em questão a partilha de informação com os Estados Unidos, atento o medo de que a Huawey aceda a dados confidenciais.
Nos últimos tempos o problema tem-se colocado a todos os países europeus, surgindo nalguns como uma escolha entre os Estados Unidos e a China. E ainda hoje tivemos ecos por cá, com o aviso de que se o governo permitir a introdução da nova tecnologia 5G pela chinesa Huawei em Portugal ou entregar a construção do novo terminal de Sines à China, será feita uma revisão dos acordos de defesa no âmbito da NATO e da troca de informação classificada, no primeiro caso, e acabará a distribuição de gás natural americano, no segundo caso. Neste contexto, percebe-se que se fale em nova Guerra Fria.
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