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Porquê? Por causa de uma “questão política e humana”: “Ninguém quer abdicar”, explica Mário Amorim-Lopes. “Não está em causa a perda de exequibilidade da medida”, defende o investigador em políticas de saúde: “Está muitas vezes em causa estes fatores humanos e políticos de capelas, em que ninguém quer abdicar da sua.”
Como sou precipitada, já tinha escrito o que vem a seguir, antes de ler o parágrafo precedente citado. É só conhecer o país e não alinhar nas ladainhas do espaço público informativo, de entretenimento e humorístico.
Não tenho tempo para procurar um trecho de Lord Byron sobre o agravamento da piolheira de norte para sul de Portugal. É impossível civilizar quem está convencido de ser muito informado, rigoroso, e inteligente ou perspicaz, e pura e simplesmente não gosta de regra, desdenhando dela com o desprezo próprio da falta de consciência da mediocridade própria envolvida no manto de aparente democraticidade.
Regra, gente. Menos paleio, e mais cumprimento da regra. É o que é preciso. Mas isto, lá está, é a visão de uma ignorante. Faltam-me aqui todas as evocações das primeiras páginas de jornais, todas aquelas redondilhas de factos e "factinhos", de leituras e releituras, de citações e referências, de argumentos e contra-argumentos que servem os interesses corporativos dos que trabalham no sector, de lutas partidárias e dos que comentam.
Não há país organizado, desenvolvido e rico sem sujeição à regra. Dizer isto aos príncipes e princesas de trazer por casa que se consideram credores de todos os direitos, mas sempre desobrigados da sujeição à mais pequena contrariedade, é um drama. Pelo que havemos de continuar sempre na cauda da Europa, a culpar à vez Costas e Passos (às tantas a culpa ainda é de Cavaco), que vão agradecendo também à vez tamanha importância e os votos lhes damos.
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