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Espaço e tempo para dizer o menos possível. Ou talvez não. Sempre haverá o que dizer.
Dia mau em termos de número de mortos por covid-19, patente nas notícias do Público e do Observador, no dia seguinte à Santíssima Trindade do País ter posto fim à partilha de informação com todos os partidos nas reuniões na Infarmed e poucos dias depois de Rui Rio ter proposto o fim dos debates quinzenais com a presença do primeiro-ministro no parlamento.
Aqui podem ver quais são as práticas nos parlamentos por esse mundo fora. Por impulso tenderia a acreditar na vantagem para a sanidade mental da alegada solução de Israel, onde se diz que só há obrigatoriedade da presença uma vez por ano. É sabido que a zoeira dos debates e, sobretudo, o tratamento de chicana que é dado pela comunicação social (com a qual os políticos naturalmente contam e para a qual contribuem), pouco ajuda a encontrar soluções razoáveis. Mas o juízo leva a que acabe por entender que mesmo esta pantomina que distorce a democracia tem vantagens sobre a falta de transparência e escrutínio das discussões parlamentares. A menos que se queira assumir que a população é estúpida e incapaz de discernir e, por isso, deve ser protegida de si mesma, mantendo-se na ignorância.
Mais do que tudo esta onda de entendimento entre as figuras cimeiras à revelia do resto do País faz-me temer o pior. Fico a congeminar quantos dias faltam para o conto de fadas de ontem do presidente esbarrar com o nós vimos primeiro, mas só agora é que nos lembramos que tínhamos avisado da OMS.
Ou não. Às tantas é só uma brincadeira de índios e cowboys, que não está ao alcance do entendimento do comum dos mortais. Não me admirava nada. Chamam-lhe política sénior. A mim parece coisa de gagás, mas ao menos temos sempre entretém. Em tudo noto que factos e verdade não abundam.
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