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Até hoje só tenho memória de ter assinado uma petição. Foi há anos, numa Feira do Livro, contra o Acordo Ortográfico, matéria que não me comove muito. Creio ter subscrito outra, mas já não tenho memória do teor. Hoje só me vejo a assinar a Petição a Favor do Assassinato de Putin - essa sim seria uma petição a favor da paz. Num tempo que se fazem petições por futilidades, isso sim, mereceria atenção. Não ignoro os argumentos contrários: a eliminação (eufemismo de assassinato) do facínora é considerada contraproducente, havendo quem defenda que isso sim seria o início da Terceira Guerra Mundial, com recurso ao nuclear. Há quem ache que Putin ainda terá uma réstia de pudor, que quem ficasse não teria. Há quem preveja a desagregação da Rússia e efeitos avassaladores para a Europa e o mundo. Enquanto nos entretemos a conjecturar tudo isto, ouvindo sábios e especialistas, cujo sustento é a própria opinião sobre guerra, a Ucrânia e os ucranianos vão sendo sacrificados. Virão outros depois, e quem comodamente acha que se deve conter os estragos às fronteiras ucranianas, ainda não percebeu que de uma forma ou outra vai levar com a guerra na tromba. O que se tem estado a fazer é apenas adiar. O assassinato de Putin, que defendo desde o primeiro momento, é imperativo e urgente.
Entre tantos sábios, não haverá quem saiba lançar uma petição nesse sentido? Para começo, depois logo se veria com outros sábios, como executá-la.
Dizem-me que ao escrever este post revelo falta de bom senso. Seja. Também devo revelar burrice. Seja. Ficou escrito.
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Alguém mais sensato e conhecedor do que eu, diz-me: era melhor o comandante (máximo) do Grupo Wagner - que opera em diversos pontos do mundo - e uns subordinados principais.
O defeito é meu, sem sombra de dúvida. Confesso a desde sempre desconfiança face ao entusiasmo com os romances e o traçar de perfis psicológicos dos facínoras que marcam a história. Hoje nos escaparates brilha Putin, o último assassino em massa que o mundo conhece. Sobre ele muita lírica se vai escrever.
No início dos anos 2000 conheci uma russa de Moscovo, casada com um ucraniano, e uma ucraniana de Lugansk, que cuidaram da minha avó durante poucos anos. Atrevida e inconsequente, com a primeira tentei encetar uma conversa sobre o perigoso KGB Putin. Com o dobro da minha idade, a Maria reduziu-me à insignificância mostrando que não ia fazer qualquer comentário que revelasse aquilo que pensava sobre o espécime. Aprendi a lição, no caso da Nina já não fiz perguntas incómodas.
É o que dá viver na ficção por ter lido na adolescência um punhado de livros sobre espionagem internacional e conhecer superficialmente as teorias da criminologia sobre traços fisionómicos dos criminosos, passando a ser sensível a caras patibulares.
Na minha ignorância e juízo leviano olho para a fronha de Putin tal como a via há 20 anos. Como então sinto-o assassino.
Não raro Pedro Abrunhosa encanita-me com as suas opiniões. Não gosto de aproveitamentos para promoção própria.
Mas gosto muito menos de gente sonsa que se mostra sensível a vocabulário obsceno quando absolutamente justificado. Hipócritas, só não são sensíveis às aberrações, à violência, à tragédia, à injustiça.
Inteiramente do lado de Pedro Abrunhosa.
Acrescento: sempre que vejo alguém criticar o Abrunhosa pela falta de voz reparo que não tem a mais pequena noção do que é (boa) música. Gente presa a preconceitos, presumida e obtusa. Aliás, hoje vai a direito, exactamente o que me vai na alma: gente estúpida com a puta da mania.
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