Ontem ao jantar reparaste numa mulher que não vias há muito. Trabalhava num quiosque onde costumavas ir até há cinco anos. E onde foi parar o teu pensamento? Na dúvida se seria ela (era de facto) ou alguém muito parecido (uma sósia), puseste-te a matutar na genialidade da criação do Universo. Espreitaste a sala do restaurante e fixaste alguns rostos de mulheres, homens e crianças. Como é impressionante que as variações genéticas dêem este resultado colossal de diferença. A singularidade. Como os biliões de combinações genéticas dão diferentes mulheres, homens e crianças entre si. Entretanto comeste lombo de porco com batata às rodelas e molhanga numa caçarola demasiado grande – que exagero de dose.
No mesmo restaurante cheio reparaste que as famílias conversavam e riam. Não vingavam os telemóveis em várias mesas. Registaste. Tu tinhas o telemóvel em cima da mesa e espreitaste-o duas ou três vezes. Na televisão futebol e uma animação.
Ontem à noite deste uma vista de olhos pelo jornal Público. Continuas sem decidires a subscrição pelo que não leste mais do que os parágrafos iniciais dos comentadores ou cronistas habituais: Pacheco Pereira, António Barreto e Ana Sá Lopes. Hoje falaram-te da Metáfora do Duche, de João Miguel Tavares. Estás a ouvir agora.
António Barreto diz (ou escreve ) coisas interessantes, e tem uma coisa a seu favor, não demonstra ser um daqueles "personagens inchados" apesar da sua grande "bagagem".
Sim, sem dúvida, tem a qualidade da boa educação. A bagagem às vezes parece-me superfícial, mas não o leio habitualmente nos últimos tempos (houve tempos em que seguia mais o que escrevia), por isso, não deveria ter feito este comentário.